quinta-feira, 25 de agosto de 2011

O Seminário do ATEGEN: repercussões, considerações e bastidores

O seminário “Gênero, família, política e homofobia: trajetórias e desafios” - realizado nos dias 22 e 23 de agosto último - teve repercussões na mídia televisiva, impressa e radiofônica, demonstrando que o tema desperta interesse, seja para debater ou para simplesmente negar. As opiniões foram variadas: desde elogios pela tema da produção acadêmica à crítica preconceituosa e desqualificadora.


A temática, embora atual, é bastante controvertida. Tal fato ficou evidente quando buscamos patrocínio para o evento. Procuramos empresas e instituições públicas e privadas buscando firmar parcerias de apoio e/ou patrocínio e nada obtivemos. Acreditamos que houve por parte das mesmas um certo temor de vincular seu nome a uma questão que muitas vezes exacerba os ânimos. Nada disso, entretanto, nos fez desanimar. Com recursos próprios e com bastante dificuldade conseguimos realizar o evento. Felizmente há pessoas abertas à discussão e interessadas em debater temas candentes da realidade brasileira, buscando questionar o preconceito que nesses momentos aparece de forma tão clara.

Tivemos mais de 200 inscrições e um público formado por pessoas de várias faixas etárias das principais universidades e faculdades de Campos e região e também de outros estados, como São Paulo e Espírito Santo. A presença do Deputado Federal Chico Alencar (PSOL-RJ) trouxe mais ênfase ao debate. Segundo ele: “O Brasil é uma república retardatária. Ainda estamos em uma etapa de afirmação de direitos sociais que são praticados no mundo desde o século XIX”. Com efeito, o déficit de cidadania tão bem observado pelo deputado, atinge ainda hoje uma grande parte da população: os negros – sobretudo os pobres –, as mulheres e os homossexuais. Discutir, pois, essa questão é uma necessidade urgente da sociedade brasileira, se verdadeiramente queremos construir um país livre, forte e mais justo.

A UENF como uma universidade pública tem compromisso com essa luta, que por ser uma luta cidadã, é de todos os brasileiros. Em face desse compromisso a universidade tem programas e oferece serviços à comunidade que vão desde cuidados com os animais (vacinação, consultas, exames e até internações), à distribuição de preservativos no combate à AIDS, cuidados com a terceira idade, incubadora de empresas, auxílio técnico ao pequeno produtor, apoio ao artesanato local e o pré-vestibular gratuito (Pré-Vest UENF), dentre muitas outras ações dirigidas aos cidadãos e cidadãs campistas.

O Atelier de Estudos de Gênero, formado por sociólogos, historiadores e outros profissionais da área das Ciências Humanas e Sociais devolveu, portanto, à comunidade aquilo que é da sua competência, ou seja, discutiu um problema social sobre o qual se debruça em suas pesquisas. O sentido de Universidade está, pois, mantido. A palavra “universidade” vem de universal, isto é, lugar que congrega vários ramos do saber humano. O auditório do Hospital Veterinário da UENF não é apenas um lugar para receber médicos veterinários e estudantes de Medicina Veterinária, assim como, o auditório do Centro de Ciências do Homem, não recebe apenas estudantes de Ciências Sociais, sociólogos e historiadores. São locais comuns que abrigam eventos da Universidade. Fizemos a nossa parte. Nossos colegas das outras áreas estão também fazendo a parte que lhes cabe. Temos a nossa consciência tranqüila e desde já convidamos a todos(as) para nossos próximos eventos. Muito obrigado às pessoas que nos apoiaram e até breve!

Equipe do Atelier de Estudos de Gênero

Nenhum comentário:

Postar um comentário