terça-feira, 4 de outubro de 2011

A dominação masculina mostra sua face

Postamos aqui o link da entrevista da ministra Iriny Lopes, da Secretaria de Política para as Mulheres, concedida à revista Carta Capital. A referida ministra endossou uma nota assinada pela secretaria pedindo a suspensão de uma propaganda com a modelo Gisele Bündchen. No comercial, promovido por uma marca de lingerie, a modelo instrui as mulheres a como dar más notícias a seus maridos sem risco de sofrerem qualquer tipo de sanção: tirando a sua roupa, oferecendo seu corpo.


Vários setores da mídia criticaram a ministra por, supostamente, estar cerceando a "liberdade de expressão" ou por não ter "humor" para com o comercial. Neste episódio notamos como a dominação simbólica, neste caso a dominação masculina, age de forma sutil sobre as mulheres. O sociólogo francês Pierre Bourdieu já afirmava que as mulheres (e também os homens, embora de forma diferente) são vítimas dessa forma de dominação, onde seu ser muitas vezes é reduzido a seu corpo, a sua aparência física, em outras palavras, a mulher é tratada como coisa, como objeto de adorno e/ou sexual. Enquanto os homens têm que mostrar a sua virilidade, sua força, demonstrar que são másculos.

 A dominação é simbólica porque tem o aspecto de ser mais suave, às vezes imperceptível, ao contrário da dominação violenta - baseada na força física. A dominação simbólica age por diversos meios, tais como "brincadeiras", "piadas" e outras manifestações "inocentes", pensadas como algo natural, comum e inofensivo. Porém tais  manifestações muitas vezes são utilizadas para transmitir conteúdos nada inofensivos tais como a discriminação, o racismo, a homofobia, etc.

Acima de qualquer liberdade está a dignidade da pessoa humana. Quaisquer manifestações que atentem contra ela devem ser tratadas como uma ameaça e uma afronta à pessoa, entendida aqui como um ser humano dotado de direitos e garantias.

Para acessar a entrevista clique ou copie e cole o link abaixo na barra de endereços de seu navegador e você será direcionado para o site da revista Carta Capital: